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31/07/2011

COMO CRIAR GALOS COMBATENTES

TODO O MANUSEIO AQUI INDICADO É APENAS PARA A MANUTENÇÃO CRIAÇÃO DOS GALOS COMBATENTES E NÃO UM INCENTIVO PARA O PREPARO DE GALOS DE RINHA.


Já foi atestado que  a briga de galo é a 3ªpaixão nacional, só perdendo para o futebol e o carnaval.
É de se ressaltar ainda como louvável tentativa demanutenção deste esporte o projeto de Lei do deputado federal Fernando de Fabinho (BA) que afirma não ser crime a competição entre animais (Revista Consultor Jurídico, 29 de outubro de 2004).
Eles combatem em igualdade de condição (peso, altura e um regulamento com juiz para a avaliação e o tempo de luta determinado). Não existem os maus-tratos tão divulgados. É preciso que a sociedade se conscientize de que os galos lutam por instinto, os homens por ignorância.
RAÇAS

Aseel
Galo atarracado, pesando entre 2 e 2,5 kg, de canela grossa, cabeça forte e fronte pronunciada. Nada se compara ao ASEEL em valentia e resistência, usado para combates extensos, pois jamais abandona a rinha. É considerado imbatível em
sua categoria e o melhor combatente do mundo no seu sistema de briga.





Shamo
Possuidor de uma pancada muito forte, o SHAMO geralmente decide combate logo nas primeiras pegadas, por ser um galo alto e com um pescoço muito resistente, que dificilmente quebra em combate, o SHAMO briga colado ao adversário, não o deixando sequer respirar .
É o maior entre os galos de briga, pesando entre 3,5 e 5,5 Kg, muitas vezes só encotra adversário se for um outro Shamo



Malayo
O MALAYO é tido por muitos como a origem de todas as raças de briga. Por ser mais lento e assim não proporcionar um bom espetáculo na rinha, o
MALAYO hoje é mais usado em cruzamentos com raças mais rápidas, resultando em um produto de muito vigor, prepotência e rusticidade.
Ave de estatura elevada e pernas muito musculosas, o galo MALAYO caracteriza-se pelas costas curvas, pesando, às vezes, até 5 Kg.

Calcutá
A resistência com que agüenta o castigo é sua principal arma.
Sua estatura é algo entre o Aseel e o Shamo, combinando perfeitamente o que há de melhor nessas raças.
Pesando em torno de 3 e 3,5 Kg, o CALCUTÁ, após haver combatido por horas, ainda terá forças para aniquilar seu oponente com um único golpe destruidor.

Satsumadori
Essa outra raça é o SATSUMA, ou galo baioneta, para brigas
com navalha.







Combatente brasileiro
O combatente brasileiro é uma mistura de várias raças de galos de briga. Esta raça é um malaoide com peso entre 2,2 A 4,0kg. Tendo nas últimas
décadas o galo japonês, principalmente o shamo, contribuído muito para as
qualidades atuais desta raça.





Melhoramento genético
Muito pouco ou quase nada se tem escrito sobre MelhoramentoGenético de galos combatentes ou mesmo sobre Seleção Genética.
Temos a impressão de que os galos combatentes estão imunes às Leis da Genética e que não podemos aplicálas para melhorar as suas qualidades.
Temos verificado entre os criadores o desejo obstinado de produzir ninhadas a qualquer custo, e isto é muito bom, porém precisamos aliar aos nossos desejos os Melhoramentos Genéticos necessários.
A criação de galos implica num esforço individual, a medida do êxito depende de sua capacidade para identificar tanto galo, como galinhas de cria, as características e diferenciar o que não é essencial.
O sistema que propõem se basea na contínua e repetida soma dessas características nos reprodutores, que independentemente estão ligados por parentesco. O estabelecimento, a fixação dessas qualidades buscadas, se podem conseguir mediante uma constante e repetida infusão das mesmas, sem se importar com a chamada “pureza de sangue”.
A transmissão de características hereditárias vai mais além do controle humano e científico. Os mais destacados estudos vão identificando, classificando e elaborando teorias acerca de muitos fatores relacionados com a herança genética.
Não há como precisar com absoluta certeza qual será o resultado devido a inúmeros fatores que se combinam no universo dos genes do macho e da fêmea. Conseqüentemente, não se deve surpreender que as mais avançadas teorias científicas, aplicadas na prática, resultem em um fracasso, ocasionalmente uma combinação não planejada e muito improvável resulte em uma liga extraordinária, capaz de produzir animais notáveis.
Podemos afirmar que não há uma fórmula segura para produzir 100% de galos ganhadores, o que podemos é apresentar um método que melhore a possibilidade de êxito, atendendo a um produto cada vez mais com maior qualidade.
A qualidade de seus galos depende da sua capacidade de observação para selecionar o melhor e sua perseverança para continuar apesar dos fracassos, tendo sempre em mente que são muitos os requisitos para se ganhar as peleas e que há mil causas para se perder.
O fator qualidade é só um dos muitos em jogo, mas é um dos mais importantes, vejamos como aumentar as possibilidades a esse respeito:

A EVITAR
A terminação “puro” na forma que é empregada aos galos combatentes, geneticamente eles não existem.
Como é possível que um galo ou galinha, que adquiridos de alguém sejam puros no sentido genético da palavra e por conta disso seja capaz de transmitir suas características a seus descendentes com uma certeza infalível?

PREPOTÊNCIA
Crêem vocês que a aquisição de um galo para cria é fácil?
Não se enganem, não importa quanto dinheiro gaste, quantos torneio assista, quantos galistas e criadores conheçam, as possibilidades de conseguir um galo ideal para cria, em primeiro, segundo ou terceiro intento são bem baixas.
A perseverança é um dos primeiros requisitos para um bom criador.
Em primeiro lugar o galo tem que ser prepotente, capaz de transmitir a seus filhos suas próprias e muito destacadas qualidades. Não há outra forma de averigua-lo se não testando na cria.
Não importa quantas maravilhosas atuações tenha tido em combate, se não transmite a seus descendentes não vale um centavo como reprodutor.
O galo ou é prepotente ou não é, não se deve desperdiçar muito tempo e dinheiro independente da casta. A probabilidade, digo probabilidade, não certeza que um galo é prepotente aumenta se dito galo é consangüíneo. Para saber tem-se que aceitar a versão de quem o criou. Da mesma importância averiguar se seus irmãos, pais, tios (em ambos os lados) possuem as mesmas qualidades do galo escolhido para reprodutor.
Caso haja muitas variantes na família, a probabilidade éque seus descendentes sejam muito disparelhos.

SAÚDE
Sadio, robusto, com bom apetite, de estilo de briga fácil e rápido, sempre alerta e agressivo (com outros galos), paternalista, cortejador e protetor de galinhas, são algumas das manifestações mais importantes que um bom galo de cria deve ter.
A experiência indica que sem saúde é impossível iniciar uma família duradoura e consistente sem fracassar em curto prazo. Sugiro não esquecer este aspecto quando escolher seu próprio reprodutor.

PODER
A força deve ser atribuição do pai do galo.
Esta característica pode-se melhorar cruzando com galinhas fortes, mas ao aumentar o poder (força), se pode diminuir outras boas características do galo, reduzindo a influência da linha buscada.

CORTADOR
Muito acima na lista de atributos prioritários para um galo de cria, está o fator cortador (esporeador). Não tendo esta qualidade, não se deve usa-lo para cria, não importando quantas outras características possua. Pode ser sadio, de muita coragem, fortecomo um touro, de uma beleza ímpar, etc. etc, não sendo cortador não interessa para a cria.
Atentar para galos que fazem a presa e atiram seus disparos sem perder a atenção. Se observarmos pode-se ver como se concentram em um determinado lugar da anatomia de seu adversário (peito, lombo, pescoço, cabeça) e disparam com uma precisão surpreendente. Não requerem de muitos disparos para vencer ao adversário.

DEFEITOS
Caso o galo tenha algum tipo de defeito no seu estilo de combate, pode ter outras grandes qualidades, mas certamente seu contricante a encontrará e disso se aproveitará. Os mais graves são a inclinação da cabeça para baixo.
Os defeitos podem ser eliminados com o tempo e uma boa seleção. Porém é praticamente impossível eliminar os defeitos e reter as qualidades, quando um desaparece, todos desaparecem, de maneira que ao selecionar um galo de cria assegure-se que o mesmo não tenha nenhuma debilidade notória que posteriormente queira eliminar.


CARACTERÍSTICAS DE COMBATIVIDADE
O que parece é que não há duas pessoas que coincidam a 100% a forma de que o galo deva pelear. Assim depois de terminar um combate raras vezes se chega a um acordo para se determinar porque tal galo ganhou e o outro perdeu.
Quando se trata de analisar como e porque do resultado do combate, muitas vezes o espectador vê com mais claridade e realismo do que o galista envolvido, a diferença é que este está livre de qualquer paixão e prejuízo.
Por isso é de vital importância que o criador imagine e busque sempre um “protótipo” do galo ideal quanto a suas características e estilo de combate.
sentimentalismo nunca terá sucesso como criador. Falamos de algumas características básicas para um galo reprodutor como: cortador (esporeador), classe, poder (vigor), resistência, equilíbrio e da ausência de defeitos no estilo de combate. Há também um grande número de qualidades complementares as anteriores que também devem ser consideradas e avaliadas ao examinar um galo candidato a reprodutor. Deve-se ter uma lista e a cada ano, ao formar as cruzas, confronta-las com as características do galo que se gostaria de cruzar. Muitas vezes nos esquecemos de quanto
elas são importantes. Eis algumas:

1) Rapidez – a rapidez tem várias formas:
a) Rapidez para aproveitar as oportunidades, os erros do adversário durante o transcorrer do combate.
b) Rapidez para impor-se, dominar e manter o adversário sob seu domínio sem que este se acomode.
c) Rapidez para rebater e repetir pela segunda vez com a mesma mordida. É o que os boxeadores chamam de “ Um
Dois”, com muita freqüência o “Dois” pega o adversário fora da posição de defesa.
d) Rapidez para disparar ao sentir a bicada do adversário.
e) Rapidez de reflexos, isso pode-se melhorar nos treinamentos mas já devem ser herdados, não devemos esquecer.
2) Altura – que pelei alto, é sempre uma vantagem o galo que pelea
por cima. Alguns galos têm na forma natural essa tendência em contrário com outros que se metem em baixo. Ambos os estilos são herdados, portanto cuidado com esse aspecto quando analisar um
galo para cria.
3) Alcance – são os galos que primeiro acertam seu adversário. São capazes mesmo de longa distância, sem presa, de desferir golpes certeiros. O adversário sofre o golpe com os dois pés ainda no chão sem conseguir defender-se.
4) Arrematador – alguns galos tendem a afrouxar ao passo que vão
dominando seu oponente. Isso é um mal pois dá ao adversário oportunidade de recuperar-se. O galo deve sempre aproveitar a vantagem e não dar descanso, procurando conserva-la, arrematando o quanto antes seu adversário.
5) Que não baixe a cabeça – é um defeito sério que devemos sempre evita-lo.
6) Peleadores, brigadores – galos sempre combativos, sempre agressivos, disparando seus tiros sem titubear, caindo bem para voltar a disparar instantaneamente. Acertadores em cada disparo “galos vivos”, em constante movimento, nunca sendo um alvo imóvel para seu oponente.
7) Não se atenha – antes de concluir este capítulo, quero enfatizar a afirmação feita no início, onde dizíamos que não há duas pessoas
 que coincidam em suas opiniões. Sugiro não se ater a opiniões de terceiros. Você que é criador é quem deve em última instância selecionar o galo para cria, não deixem que outras pessoas em seu lugar façam isso. Você deve buscar aquelas qualidades que quer para seus reprodutores. Para superar as promessas é básico que o veja jogar, só dessa forma poderá analisar adequadamente e decidir se está a altura do que considera um galo superior.


GOPES DELIBERADOS

Isto tem muita relação com a pontaria dos tiros. Várias vezes se vêem uma pelea praticamente definida, quando de repente um tiro muda tudo.
Regularmente não há tal sorte, isso demonstra o quão valioso é este galo que possui esta característica de disparar tal tiro deliberado. Procure isso em seus reprodutores.

CONSERVAR A FORÇA DOS DISPAROS
Em muitas ocasiões já vimos um galo bonito, forte, espigado, saudável, que em poucos minutos de pelea não levanta mais os pés com a mesma força nem na mesma altura do início do combate.
Comenta-se “falta condição”, “está caído”, a causa verdadeira pode ser uma atrofia dos músculos e mesmo com axercícios não melhora muito seu desempenho. Esse defeito é possível de se erradicar mediante cruzas com galinhas completas, sem essa deficiência.
Evite este sério defeito em seus reprodutores.


PROPORÇÃO E EQUILIBRIO
É de grande importância hereditária, para que um galo seja efetivo em combate que este não tenha defeitos em sua proporção física e em seu equilíbrio. Igualmente seus filhos podem ser desproporcionados e em conseqüência pouco efetivos em combate.

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS

Muitos ao abordar a criação de galos descrevem as características físicas que um galo deve possuir. Estes consideram esses requisitos como de primeira importância.
Minha opinião é que isto não é o mais importante. Os competidores de várias modalidades possuem uma variedade de cores e formas, o que na verdade importa é o seu desempenho. As características físicas são importantes até certo ponto para que permitam ao galo atuar com mais facilidade e efetividade.
Não criamos animais para concurso de beleza, e sim para que ganhem os combates. Possuir certas qualidades físicas é a garantia que o galo não estará fazendo um grande esforço contra uma certa deficiência sua.

CORPO
O galo deve possuir um corpo arredondado com quilha relativamente curta, esta conformação lhe confere um bom equilíbrio. Não deve possuir lombo largo e peito muito pesado. Uma boa conformação é uma vantagem que proporcionará ao galo facilidade de movimento.
Um galo de quilha muito proeminente é sempre pouco efetivo em seus golpes.
ESPIGA
Gosto do galo espigado, porém não excessivamente. Sua espiga deve ter origem no fêmur (coxa) e não na cana da parte escamosa (canela).
São os músculos da coxa longa que permitem alcançar seu oponente a uma maior distância. Igualmente essencial é que tenham a curva (coxa/canela) em forma pronunciada. Isso parece ajudar muito na habilidade cortadora.
Não conheço um galo com patas retas, semelhantes a uma cegonha, que seja cortador.
Se o galo é “pata aberta” é um bom sinal, esse aspecto não é muito bonito, porém quase todos os pata aberta são cortadores. Alguns criadores preferem que seus galos tenham o calço baixo, conferem isso para serem mais pegadores (juntadores).
Provavelmente está certo, mas creio que o mais importante, algo essencial é que suas pernas estejam colocadas apropriadamente em forma tal que permita guardar um equilíbrio perfeito. Outra coisa que devemos observar é a forma como o galo caminha. Se põem uma pata perfeitamente reta, frente à outra, de forma tal que suas pegadas tracem uma linha reta (estilo de
caminhar índio), isso é um bom sinal, se caminha com as patas separadas semelhante a um “bulldog”, isso não agrada.

PENAS
Qualquer êxito que alguém tenha tido na criação de galos combatentes, certamente isso ocorreu com animais de penas fortes e de cor intensa.
As penas não podem ser excessivamente largas, fosca, felpudas, brandas ou delgadas que fazem ondas. Este último, geralmente está associado a uma debilidade em sua constituição.
GENERALIDADES
Há outras características físicas que seguramente já se ouviu falar como: cabeça pequena, cauda tal e em qual posição, asas caídas, etc. Acima disso tudo estão as qualidades demonstradas em combate e em um nível muito superior. São esses animais que devem ser levados a reprodutor.
Todos querem animais bonitos, porém as características e qualidades para a pelea vêem em primeiro lugar.
Não é fácil descrever com palavras ou por escrito a importância dessas características. Em termos gerais, devemos observar muito a posição das pernas em relação ao tronco, de forma que o peso do animal fique bem repartido, que não tenha mais peso para frente do que para trás. Ou seja: se observarmos um pato veremos que este tem as pernas muito atrás, o qual é ideal para nadar e não para caminhar e atirar golpes com as mesmas.
Um galo com forma bem repartida lhe proporciona facilidade e
rapidez para fazer seus disparos.
Há famílias superiores a outras nesse respeito, procure ter nas suas essa qualidade. Isso refletirá no desempenho de seus galos.Quando existe esta deficiência na família, é muito difícil elimina-la.

PESO E TAMANHO
Não gosto de por na cria galos muito pesados. O peso e tamanho pode ser adequado conforme as galinhas em cruza.
O galo deve ser ativo e cortador, de preferência com todas as características físicas já descritas.
Seu peso e tamanho não é o mais importante e sim sua força e conformação.
JUVENTUDE x IDADE
Especialmente quando se trata de reprodutores, sou favorável à juventude.
Seguramente já se ouviu falar de um famoso galo que custou uma fortuna ou de uma galinha que embora já velha venha dando filhos fenômenos, etc. Tenho muito respeito pelos bons reprodutores.
Por experiência, meus melhores galos são frutos de animais jovens. Já conservei reprodutores por vários anos, o fato é que ano após ano a qualidade de suas crias vem baixando, por isso, prefiro para recria os descendentes dos primeiros anos.
Em minha opinião muitas famílias boas de galos vêm se perdendo por causa de reprodutores velhos. Procure perpetuá-los com o uso de exemplares jovens, produto de bons reprodutores. Isto é especialmente válido com respeito as fêmeas, que embora mantenham aspecto de frangas, sua capacidade reprodutiva vem se deteriorando.Por razão que desconheço os
galos retém por mais tempo a capacidade reprodutiva, as vezes por toda a vida.Sei que existem exceções à regra, e muita gente poderá apontar evidências contra essa afirmação. Creiam, isso é minha experiência.

Formação do genótipo do criadouro
Todos os criadores de galos buscam a formação de um GENÓTIPO próprio para o seu Criadouro. O Genótipo é a sua “Marca Registrada”. Para a formação desta “Marca Registrada” devem simplesmente adquirir aves portadores de herança genética de sua preferência como ponto de partida para a formação e desenvolvimento do seu criadouro que se encontra em formação.
Pode-se ainda proceder ao aperfeiçoamento do genótipo adquirido como forma de tornar-se um criador representante daquela “Linhagem”, no entanto, a aquisição de genótipos desenvolvidos por outros criadores como ponto de partida para a criação, tem sido cada vez mais freqüente entre os criadores por agregarem valor aos seus descendentes. O desejo de cada um é possuir aves com características próprias, portanto é indispensável que se faça uma escolha tecnicamente correta na hora de se adquirir um galo
combatente.
Buscamos identificar (descobrir) entre os padreadores e matrizes que dispomos, as melhores combinações de Genes,(combinações gênicas) capazes de se manifestarem espontaneamente na progênie. Todo o trabalho é voltado à investigação e identificação da melhor composição genética que
podemos dispor para a formação do Genótipo do nosso criadouro.
Esta combinação deve atender aos nossos critérios de qualidade já
 ue dispomos de um plantel (banco genético) e exercemos sobre ele um total controle, podendo conduzir de forma criteriosa os cruzamentos definindo quais genes irão compor a progênie de cada acasalamento. Sabemos que determinada progênie será parecida com seus pais mediante princípios de hereditariedade e que, os pais são do jeito que são porque também herdaram qualidades  defeitos dos seus, logo o processo de hereditariedade se renova a cada cruzamento e podemos interferir em busca da Composição Gênica que melhor se enquadre às nossas exigências, podemos planejar quais fatores genéticos comporão a progênie da próxima ninhada e que seguramente serão herdados dos Pais. Fica claro mediante o exposto que, a qualidade de uma progênie é determinada por sua herança genética que se
manifestará no momento oportuno e, caberá ao criador selecionar os indivíduos mais representativos e portadores dos fatores
genéticos desejáveis para constituírem ao longo do desenvolvimento da criação o seu plantel.
A este conjunto de ações planejadas denominamos de Seleção Genética.

 Seleção genética
Devemos no início da Estação de Cria escolher criteriosamente o genitor mediante análise do seu genótipo. Este Galo deverá representar o melhor que podemos conseguir em termo de “Pedigree” (conjunto de todos os seus ascendentes). Esta escolha criteriosa deverá garantir a correta combinação de gens que comporá o genótipo que se pretende produzir. O genitor escolhido deve ser o mais perfeito representante das qualidades que o credenciará a desempenhar a meritosa função de padrear todas as progênies da Estação de Cria; em outras palavras, será ele o pai de todas as gerações da Estação de Cria em questão.
Todas as matrizes deverão ser testadas em busca da identificação daquelas cuja progênie exibirá as boas características latentes em seu genitor. Cada cruzamento deverá ser lançado em livro de Registro Genealógico do Criadouro contendo todos os dados do genótipo do padreador e da matriz envolvida em cada cruzamento. Efetua-se a resenha das características que se objetiva conseguir na progênie. Sabemos que não existem galos ou galinhas geneticamente perfeitos, cada ave é composto por boas e más heranças genéticas, portanto selecionamos aqueles portadores das heranças genéticas desejáveis e eliminamos da criação os portadores das heranças
indesejáveis, com tais comportamentos estaremos praticando a Seleção do Plantel.
Após efetuarmos no final da estação de cria a seleção de todas as progênies, reservamos as (F-1) irmães de ninho dos pintinhos machos considerados portadores dos fatores desejáveis para cruzarmos no ano seguinte com o pai objetivando a fixação destes fatores. Tal prática nos assegurará após alguns anos a formação do Genótipo previamente planejado e geneticamente estabilizado, podendo ser produzido por várias gerações.

Cruzamentos para formação do genótipo do
criadouro
Efetuamos o Primeiro Cruzamento (F1) Ao cruzarmos o Galo “A” com a sua filha “B” ou simplesmente AxB cumpre-nos observar que a fêmea “B” por ser filha do galo “A” com uma fêmea “C” já possui 50% de sua genética e 50% da
genética da fêmea “C” que pretendemos eliminar de forma gradual a medida que prosseguimos com os cruzamentos, vejamos:
CRUZAMENTO DE (AXC).
(PRIMEIRO CRUZAMENTO)
Ao cruzarmos o galo “A” com a Fêmea “C” teremos o seguinte resultado para os 02 filhotes resultantes: (AxC) = 50% de A + 50% de C como 50% é a metade, podemos expressar a equação como sendo:
(AxC) = ½ A + ½ C de onde podemos concluir que ½ A + ½ C é igual a A/2 + C/2 = (A+C)/2 logo: A formula Matemática representa cada um dos indivíduos
resultante do Cruzamento de (AxC) e deve ser anotada no livro de Registro Genealógico do Criadouro para identificar cada pintinho.
Chamaremos estes pintinhos de F1, e a fêmea filha deste cruzamento chamaremos de “B”, logo concluímos que os dois pintinhos oriundos deste cruzamento são representados pela formula que acabamos de desenvolver e possuem 50% do Genótipo do galo “A” e 50% do Genótipo da fêmea “C” percentual
este representado na formula pelo denominador 2 (metade). Cruzamento F1
O Cruzamento do galo “A” com a sua filha “B” ou simplesmente:
(AxF1) compreende os seguintes percentuais no Genótipo resultante.






Podemos representar o cruzamento de (AxF1) mediante o Desenvolvimento da formula matemática da seguinte forma:






Pelo demonstrado podemos concluir que:







Logo conclui – se que:















CONCLUSÃO
A formula Matemática representa cada um dos indivíduos resultante do Cruzamento de (AXB) e deve ser anotada no livro de Registro Genealógico do Criadouro para identificar cada pintinho. Chamaremos os pintinhos resultantes deste cruzamento de F2 e a fêmea resultante deste cruzamento de “B2”, logo concluímos que os dois pintinhos oriundos deste cruzamento são representados pela formula que acabamos de desenvolver e possuem 75 % do Genótipo de “A” e 25 % do Genótipo de “C” logo percebemos que a
cada cruzamento a progênie adquire cada vez mais o Genótipo do Genitor “A” objetivo principal do Criadouro enquanto decresce o percentual do Genótipo da Matriz “C” que originou os indivíduos F1 e F2.
CRUZAMENTO - F2
O Cruzamento do galo “A” com a sua filha “B2” ou simplesmente: (AxF2) compreende os seguintes percentuais no Genótipo resultante.

 Pelo demonstrado podemos concluir que:








LOGO CONCLUI – SE QUE:
















CONCLUSÃO
A formula Matemática representa cada um dos indivíduos resultante do Cruzamento de (AXB2) e deve ser anotada no livro de Registro Genealógico do Criadouro para identificar cada pinto. Chamaremos os pintinhos resultantes deste cruzamento de F3 e a fêmea resultante deste cruzamento de “B3”, logo concluímos que os dois pintinhos oriundos deste cruzamento são representados pela formula que acabamos de desenvolver e possuem 87,5 % do Genótipo de “A” e 12,5 % do Genótipo de “C” logo percebemos que a cada cruzamento a progênie adquire cada vez mais o Genótipo do
Genitor “A” enquanto decresce o percentual do Genótipo da Matriz
 "C” que originou os indivíduos F1, F2 , F3... F5. Continuamos os cruzamentos até a obtenção dos F5 quando atingiremos O Cruzamento Absorvente.

Representação gráfica dos cruzamentos
Podemos visualizar na curva do gráfico cartesiano a representação gráfica dos cruzamentos do galo “A” com as matrizes “C”, F1, F2, F3... F5. Podemos numa simples análise do gráfico verificar que à medida que os cruzamentos se sucedem incorporamos as diversas progênies à genética do Galo “A” sendo que estas tendem a adquirir 100% do seu Genótipo, fato este enfatizado pela curva acintosa a linha representativa dos 100%.
Podemos ainda afirmar que por mais que se sucedam os cruzamentos jamais atingiremos os 100%.

FIXAÇÃO DO GENÓTIPO DO Galo “A”














OBSERVAÇÃO:
Estes cruzamentos deverão ser efetuados em todas as fêmeas cujos irmãos de ninho apresentem os caracteres desejáveis portados pelo Galo “A”. A cada cruzamento procedem-se novas seleções para determinação das fêmeas a serem cruzadas para obter-se a fixação do Genótipo do galo “A”.
Podemos visualizar na curva do gráfico cartesiano a representação
gráfica dos cruzamentos do galo “A” com as matrizes “C”, F1, F2, F3... F5. Podemos numa simples análise do gráfico verificar que à medida que os cruzamentos se sucedem diluímos nas diversas progênies à genética da Matriz “C” sendo que estas tendem a perder o seu Genótipo, fato este enfatizado pela curva assíntota a linha representativa a 0 % que se confunde com o eixo horizontal do gráfico. Podemos ainda afirmar que por mais que se sucedam os cruzamentos jamais atingiremos os 0%.

DILUIÇÃO DO GENÓTIPO DA MATRIZ “C”














OBSERVAÇÃO:
Estes cruzamentos deverão ser efetuados em todas as fêmeas cujos irmãos de ninho apresentem os caracteres desejáveis portados pelo Galo “A”. A cada cruzamento procede-se novas seleções para determinação das fêmeas a serem cruzadas para obter-se a fixação do Genótipo do galo “A”.
Estes cruzamentos aqui demonstrados promovem a depuração do plantel em função do Genótipo do “Genitor” definido como galo “A” e demonstra um direcionamento de cruzamentos consangüíneos com o objetivo de criar e fixar o “Genótipo do Criadouro”. Devemos proceder paralelamente o cruzamento dos melhores filhotes machos com as matrizes que lhes deram origem como regra básica para produção de filhotes portadores do “Genótipo Padrão do Criadouro”.

Criação















Obviamente, não se pretende aqui fazer uma preleção aos galistas adiantados que, justamente por usarem tecnologias modernas como chocadeiras e criadeiras, rotinas de vacinação e manejo correto além de manterem uma higiene impecável em suas instalações, estão perfeitamente entrosadas com os modernos métodos de avicultura. Mesmo porque as diferenças entre as condições econômicas muitas vezes determinam o futuro de um plantel.
O importante não é criar em quantidade, mas com qualidade e respeito a seus "crioulinhos". Se não se puder possuir 2.000 galos em ótimas condições, procuremos ter apenas o número a que possamos realmente dispensar os melhores cuidados possíveis.
Existem fundamentos que são indispensáveis em qualquer criação:

Seleção dos reprodutores e matrizes












Todos os galistas buscam a cada temporada melhorar o seu plantel e para isto é indispensável uma escolha perfeita dos reprodutores. A parte mais complicada nesta seleção é sem duvida alguma escolha da matriz, pois não sabemos como é a briga do animal, se usa esporas, se é boa de boa ou raça. Então para escolher uma boa matriz é imprescindível sabermos a procedência do animal, quem é a mãe, o pai e se os seus irmãos são bons de briga; podemos levar em conta o tamanho e os mais detalhistas a cor da matriz(é indispensável que o animal seja 100% sadio).
Agora após ter escolhido uma boa matriz devemos encontrar um galo que será o mais perfeito possível, ou seja, tenha raça, seja bom de briga e use bem as armas, além disto é importante que os seus pais e irmão sejam de qualidade comprovada na rinha.
Fazendo a escolha desta forma a probabilidade de tirar bons exemplares é bastante elevada.

Cruza














A cruza deve ser feita da maneira mais controlado possível, para que possamos identificar sem duvidas quem é o pai e a mãe do animal, desta forma poderemos identificar as cruzas melhores ou seja o casal que produz mais galos de qualidade e eliminar o animal que não produzir o índice esperado.
Nesse processo o ideal é possuir cruzadores com aproximadamente 50 x 150 cm, onde  colocaremos um Galo e uma Galinha, um ninho bebedouro comedouro apropriado; Podemos colocar areia no chão para que se conserve mais limpo (pó de serra ou palha de arroz não é apropriado).
O Galo deve passar no mínimo um período com cada galinha sendo que pode deixar a galinha sem o galo por 2 ou 3 dias. Desta forma um galo pode cruzar com 5 ou 6 galinhas de forma adequada. Vale lembra que de 4 em 4 meses os animais devem ser vermífugados, durante a cruza devemos alimentá-los com ração de cavalo e milho e não podemos deixar faltar água limpa e fresca.
 Higiene
Um dos fatores mais importantes a começar pelos ninhos das galinhas que estão chocando . Não aproveite ninhos velhos e sempre faça uma desinfecção geral após cada chocada. É comum não se notar os "carrapatinhos" no ninho porque êles vivem entre as penas da galinha e as penugens dos pintinhos. Quando são notados em movimento pelo ninho ou poleiros é porque o negócio já saiu de controle! Já virou praga de difícil controle e de efeitos devastadores. Apesar de existirem muitos produtos para controle e erradicação desses parasitas (butametrina, deltametrina,etc) é bem melhor prevenir, evitando-se assim o "stress" das aves e do criador!
As fezes e a umidade produzem amônia que intoxica as aves. Não deixe nunca acumular porque também quando fermentam, geram calor e chocam ovos de parasitas que estão sempre à espreita além do que são focos ideais para proliferação de micro organismos patogênicos.

Cuidados com os Pintos














A galinha estando separada no cruzador vai chocar os ovos de forma segura e em torno de 18 á 21 dias os pintinhos nascerão. Raramente iremos perder um ovo, pois, ela estará sozinha para cobrir os ovos, quando a galinha tirar os pintos, eles devem ser criados com sua mãe em“pinteiros” que são gaiolas pequenas cobertas com serragem, jornal ou papelão.
Nessa faze o pinto deve se alimentar com ração para crescimento de boa qualidade, e uma vez por dia podemos molhar essa ração e ministrar com o cuidado de não deixá-la azedar (a ração molhada os fará comer mais), água sempre limpa durante todo o tempo, a partir de dois meses e meio já podemos distinguir facilmente os machos e fêmeos com menor índice de erros. Então, colocaremos machos e fêmeas em piquetes de crescimento
separados, nos piquetes que crescimento temos um local fechado com poleiros onde todas as noites as prenderemos para passar a noite ou abrigá-los da chuva .A chuva, o frio e dormir no sereno, traz muitas doenças, tome cuidado com isso! Nesta faze os alimentamos com ração de crescimento e milho quebrado. Quando atingirem cinco meses podemos colocá-los em piquetes maiores sempre mantendo separados os machos das fêmeas. Seguindo os processos acima e ministrando ração de boa qualidade os macho irão começar a cantar com 9 ou 10 aproximadamente neste período é que os frangos começarão a manifestar o seu extinto belicoso esta é a hora
certa de iniciarmos os treinamentos e posteriormente classificá-los.
As fêmeas não são o objetivo da criação de combatentes, mas temos sempre que ter um bom plantel de matrizes, logo, devemos descartar as que não nos servirem como matrizes. Não podemos esquecer da vacinas, pois estas irão garantir a boa saúde dos combatentes.

Vacinação
O ideal é vacinar as ninhadas nos primeiros 7 dias contra a BOUBA e DOENÇA DE NEWCASTLE que são as mais comuns em nosso meio Existem vacinas para outras doenças como MAREK, CORIZA, ENCEFALITE, CÓLERA, mas nem sempre são encontradas nas doses para pequenos criadores. Com exceção da Doença de MAREK, as outras podem ser evitadas com higiene e quarentena dos novos hóspedes e "viajantes".
 Calor
Nos primeiros 15dias o calor é importantíssimo. Se a galinha mãe for daquelas irrequietas, providencie uma lâmpada na criadeira (60W). O ideal é manter os pintos presos pelo menos 21 dias que é o tempo das vacinas agirem e criarem os anticorpos.* DICA: após os 15 dias, lixe as pontas dos biquinhos porque êles não vão avisar quando vão se "estranhar"e se estiverem com os bicos cegos o estrago é bem menor e contornável.

Espaço












Lògicamente, quanto mais espaço eles puderem ter a partir de 30 dias de vida melhor. Antes de soltá-los para andar é bom repetir as vacinas por precaução. Aos 45 dias é bom colocar um vermífugo na água para prevenir infestações, principalmente se o ambiente for de terra e vegetação. Normalmente, passada aquela fase dos 15 aos 30 dias êles esquecem um pouco as brigas e se ocupam mais das novidades do terreiro mas não confie: dia de chuva fique alerta! Êles se molham e não se reconhecem e aí o pau quebra mesmo. Se não tiver quem separe é prejuízo na certa.
PIQUETES: Se tiver espaço disponível, separe os machos das fêmeas, pois elas provocam a maioria das brigas nessa fase e também fica mais fácil para administrar uma alimentação mais adequada aos futuros campeões.
Normalmente, os frangos vão para as suas instalações individuais após atingirem a maturidade sexual, por volta dos 6 a 7 meses e então os cuidados passam a ser individualizados. Após prendê-los, faça uma vermifugação com piperazina (PROVERM) ou MEBENDAZOL.
Não esqueça que espaço é fundamental: êles podem dormir em lugares pequenosmas precisam se exercitar todos os dias como todo atleta, por isso bons passeadores são indispensáveis. Evite o frio e principalmente correntezas de ar que trazem como consequências a CORIZA e a DRC.
 Programa de vacinação
Doença de Marek - vacinação única no primeiro dia de vida com vacina Bio-Marek-Vet L ou C (HVT) na dosagem de 0,2ml subcutânea; Doença de Newcastle - 1ª dose do 4º ao 14º dias de vida; 2ª dose do 21º ao 28º dias de vida; 3ª dose do 40º ao 60º dias de vida; 5ª dose entre a 18º e a 22ª semana e a 6ª dose entre a 45ª e a 50ª semana de vidas com New-Vacin na dosagem de 0,03ml gota nasal ou gota ocular;
Bronquite Infecciosa - 1ª dose do 4º ao 14º dias de vida com Bio-Bronk-Vet (H-120) na dosagem de 0,03ml gota nasal ou gota ocular; 2ª dose do 21º ao 28º dias de vida com Bio-Bronk-Vet (H- 120) na dosagem de 15-20litros na agua de beber; 3º dose da 10ª a 16ª semana com Bio-Bronk-Vet (H-120) na dosagem de 30 a 35
litros na agua de bebida; a 4ª dose entre a 18ª e 24ª semana com New-Bronk-Vet Oleosa na dosagem de 0,5ml intramuscular; e a 5ª dose entre a 45ª e 50ª semana com Bio-Bronk-Vet (H-120) na dose de 35-40 litros na agua de beber. Coriza Infecciosa - 1ª dose entre a 6ª e 10ª semana de vida
com Bio-Koriza-Vet (A,B,C); a 2ª dose entre a 10ª e a 15ª semana de vida com Bio-Koriza-Vet Óleo (A,B,C);
Bouba Aviária - 1ª dose entre o 7º e 10º dias de vida com Bouba Forte, utilizando o aplicador na membrana da asa; 2ª dose entre a 8ª e 12ª semanas com Bouba Forte, utilizando o aplicador na membrana da asa.
A cada semestre imunizar as aves com Inter-Mult 6 oleosa que previne contra Newcastle, Bronquite Infecciosa, Coriza Infecciosa e Queda de Postura.
Maiores detalhes, vide bula que acompanha cada frasco das vacinas indicadas.

Treinamento















O preparo físico do galo combatente representa fase de grande importância nas lides galísticas, uma vez que, além de certos conhecimentos muito peculiares à tarefa, requerem do “tratador” boa dose de argúcia, paciência e a indispensável dedicação aos animais em “trato”. O assunto é longo e se estende em pormenores e regras, que devem ser religiosamente observadas, se quisermos que nossos “pupilos” façam bonito nas futuras competições a que irão ser submetidos, proporcionando-nos satisfação, além de confiança na categoria das aves que criamos. Não obstante ser o assunto um tanto longo e pormenorizado é objetivo deste trabalho, se assim isto pode ser definido, desenvolver a tarefa de forma sucinta, esperando que algo de proveitoso venha a ser assimilado pelos adeptos deste emocionante esporte,
traduzindo-se em prática bem sucedida se rigorosamente adotada.
A saúde do galo deve apresentar uma constante desde o seu nascimento até o seu treinamento . Só devemos exercitar aves sadias e vigorosas, amadurecidas, ou seja, após 14 a 18 meses de idade e que estejam confinadas. Por quê ? Aves combatentes demoram mais para calcificar seus ossos e fortalecer a musculatura, fatores que só advém por completo com a
maturidade.
É difícil explicar o manejo dos galos porque é uma coisa que se aprende mais vendo pessoas mais experientes e, principalmente, com a prática. O que apresento a seguir é bem geral pois existem até aparelhos para exercitar galos e exercícios mais sofisticados, feitos inclusive em tanques com água, mas nosso objetivo é apenas a manutenção da saúde das aves e não o
de treiná-los para competições. Apesar de alguns entenderem muito de galos, ninguém sabe TUDO sobre aves e todos nós sempre teremos algo de novo para aprender. É isso que é importante no treinamento de galos e até talvez, para a nossa vida...
Dois fatores são fundamentais: ALIMENTAÇÃO E ESPAÇO.
Como todo atleta o galo necessita de uma dieta rica porém balanceada. Uma sugestão: Milho quebrado (5 partes) + Aveia (2 partes) + Girassol (1 parte) + Sementes (1 parte) + Verduras e Legumes (1 parte) + Complexo Vitamínico-Mineral. ESPAÇO: O ideal seria que permanecessem em passeadores o tempo todo, sempre se movimentando. PASSEADORES: 2 mts. X o,80 X o,80 (ideal)
O treinamento manual visa apenas estimular e exercitar aquilo que no galo é natural: BATER AS ASAS, CORRER, PULAR. Podemos usar uma mesa que forraremos com espuma de 10 cm e revestiremos com um pedaço de carpete.
PULOS: Colocando-se a mão sob o peito da ave, executa-se um movimento de elevação como se fossemos jogar a ave para cima. Ela instintivamente bate as asas e aterrisa na mesa estofada, o que também fortalece os músculos flexores da s coxas. Existem variações na altura conforme evolui o treinamento. Com a prática, usando-se as duas mãos ( sob o peito e sobre a cauda), podemos inclinar a ave para trás durante o pulo, o que a forçará a bater as asas com mais força.
. ASAS: Na própria mesa, usando-se a beirada, segura-se a ave pela cauda e inclina-se para baixo. Instintivamente se desencadeia uma seqüência de batidas de asas para retornar ao equilíbrio. Aos poucos vamos notando um aumento da capacidade respiratória, mesmo porque estamos exercitando os maiores músculos das aves que são os peitorais e responsáveis por uma boa parte do consumo de oxigênio.Também podemos construir um cavalete para isso ou um trapézio mas não são todas as aves que se acostumam com eles. Nunca segure muito firme na cauda da ave enquanto ela não estiver acostumada com os exercícios porque eles às vezes se assustam e, para se soltarem, rodopiam no seu próprio eixo e largam o rabo na sua mão...Por isso, muito cuidado no manuseio das aves para evitar a quebra de penas e torções que prejudicam a saúde delas.
CORRER: Alguns usam a própria mesa, segurando a ave pela cauda, fazendo ela executar instintivamente movimentos com as pernas mas o ideal é construir uma mesa giratória ( como um disco de vitrola) onde se pode segurar a ave com mais comodidade para ela com a vantagem de podermos aplicar uma resistência progressiva na rotação do "prato" o que vai aumentando também a força e resistência dos músculos.
Após os exercícios alguns criadores ainda aplicam massagens na musculatura dos galos o que é muito bom quando feito de maneira correta, sem traumatizar a pele da ave, aplicandose após uma loção adstringente que cada um tem uma receita mas é sempre uma alcoolatura de tinguaciba, barbatimão e anjico e que alguns acrescentam seus "ingredientes secretos".(cânfora, salicilato de metila, mentol e outros).
Nos dias de calor, é bom dar banhos nas aves usando-se sabão neutro ou de côco, enxugá-las muito bem e colocá-las ao sol para terminarem de secar. Evitar os dias frios e com ventos.
Usar então as "estufas" gaiolas fechadas com lâmpadas para aquecerem e secarrem as penas. No treinamento com outro parceiro as parelhas devem ser  pesadas e medidas e colocados os protetores (BUCHAS E
BIQUEIRAS) dos quais existem vários modelos e preferências, visando o mínimo de dano as aves. O que se deseja é avaliar a força e as condições físicas. Com a observação notaremos se alguma ave apresenta algum problema . Batidas de 10 minutos são ideais pois poderemos avaliar a ave sem comprometer sua integridade física.
TOSA DAS PENAS: Também outro assunto controverso: de uma maneira geral adota-se a tosa das penas e plumas do baixoventre, interior das côxas e parte interna das asas que se justificam até para melhor manuseio, higiene e refrigeração. Alguns retiram também as penas laterais do pescoço mas hoje não se justifica mais esse procedimento. São costumes, não técnicas, herdados de outros tempos e outras culturas.
Para quem dispõe de tempo e número limitado de galos, nada melhor que diariamente submetê-los ao trato de escova e banho de sol. Em dias alternados, pois, devemos exercitá-los pela manhã da seguinte maneira:

Classificação
Para um leigo, a luta entre dois galos parecerá uma disputa simples e desinteressante. Todavia, à medida que o neófito vai se integrando no esporte, coisas que não distinguia de inicio passam a lhe merecer estudos e observações até chegar a um estágio capaz de identificar com segurança um bom um ótimo ou um excepcional animal. Este predicado, entretanto, nem sempre está com quem admite possuí-lo. O entusiasmo ou um julgamento precipitado pode confundir qualquer galista e induzi-lo mesmo a um erro ao aquilatar os atributos bélicos de determinado galo. Em qualquer rinhadeiro
encontramos uma infinidade de classificadores de galos e chegam mesmo a ser humorísticas as afirmações de certas pessoas ao referirem-se a determinados animais. É sabido que um galo, quando perde, nunca é criação do seu legitimo proprietário. Quando ganha, não falta quem apregoe ser o seu criador, quando não aparecem ainda os donos dos ascendentes, cuja árvore genealógica será sem duvida a mais intricada possível. Este é um
adágio já muito nosso conhecido, mas isto somente não define uma alta categoria.
Para os poucos entendidos em galos, uma briga é boa quando há troca repetida de golpes, coisa muito comum no confronto entre dois animais frenteiros. Se são brigadores e sabem atacar e defender, para essas pessoas, trata-se de animais medíocres, pois a briga se tornará monótona, já que os golpes serão em grau muito menor. Este é um jeito errado e nada convincente e não de quem conhece realmente galos. São inúmeras as maneiras de se classificar um galo como bom. Ser frenteiro não é boa coisa para qualquer combatente empenado, mormente quando se defronta com antagonista que lhe coloca o pescoço por cima e não lhe dá distancia.
Os galos de sangue japonês de boa origem têm se mostrado mais eficientes nos rinhadeiros, posto que, de vez em quando, apareçam autênticos "nacionais" a lhes fazerem sombra. Mas não esperemos tudo de um galo sem que outros pormenores o auxiliem a consolidar suas credenciais combativas. Um bom preparo físico e uma alimentação adequada podem complementar o seu todo do guerreiro, mas isto também terá valor relativo se lhe faltar origem e um método racional de criação, onde o espaço, higiene, sol à
vontade e boa alimentação não lhe venham faltar desde os primeiros dias de vida.
Como já citei, várias são as maneira de se classificar um galo como bom, mas de permeio temos que distinguir fatores que definem suas principais características na briga. Não na forma de lutar somente, mas em propriedades individuais que nos poderá ser antecedentemente admitidas com margem mínima de erro. Por exemplo, os galos atarracados, de costas largas e pernas separadas estarão mais credenciados a se sobressaírem pela força, pois seus golpes serão curtos e violentos. Se for um penalonga, de
pescoço cumprido, poderá ser um esporeador por excelência, mas dificilmente um "bate-duro". Se o porte é quase vertical, pescoço longo e cauda baixa, fatalmente brigará em cima, mas poderá ser
um "colarinho-duro", como a gíria galistica denomina os galos que
lutam assim, pouco movimentando a cabeça. Se o corpo é baixo na frente, jamais subirá na briga.
As esporas colocadas próximo aos pés, constituem indicio de que o galo dá de esporas, o mesmo acontecendo se as extremidades dos ossos pélvicos estão muito próximas. Caso estejam muito separados será um "bate-espalhado". Não confiemos demais, todavia, nessa premissa.
Quando notamos manchas brancas numa ou em ambas as orelhas, fiquemos de sobreaviso, pois poderá ser um animal de pouca fibra ou mesmo um "largador".
Penas brancas miúdas no alto da cabeça é indício de muita raça e a isso os aficionados do Oriente dão o nome de "gotas de orvalho". Também admitem os povos daquela região que os galos de crista tombada possuem muita força.
A cor dos olhos também evidencia a casta do animal. Os olhos azulados que vão de uma tonalidade até o branco-pérola serão "raçudos" e destemidos. Quanto aos olhos alaranjados, são também tidos como razoáveis, diminuindo essas credenciais se possuem raias vermelhas. Os de olhos avermelhados não deverão merecer nossa confiança mas, quando eles são pretos, trata-se
invariavelmente de um animal de fibra. Se a menina dos olhos é pequena, como uma conta, o galo será evidentemente de muita boa casta. Mas não nos surpreendamos se alguma dessas coisas não corresponderem ao que esperamos. Lembremo-nos de que nosso galos representam um emaranhado de cruzamentos e que dificilmente tais caracteres se apresentam mais ou menos fixados. Não obstante, aos poucos tópicos abordados, outros poderão ser associados, isto é, os métodos de briga e a maneira de dar ou bater que a nomenclatura galistica já definiu com farto vocabulário a ser abordado em outra oportunidade. A classificação de um galo como bom está na dependência de todos esses fatores e inequivocadamente pode-se afirmar que nem todo galista possui condições de desapaixonadamente identificá-los.
Tenho visto muito criador desfazer-se de certo animal por tê-lo como medíocre mas esse mesmo animal em outras mãos revelarse mais tarde autêntico campeão da arena deixando perplexo seu primeiro dono. Julgar e definir um soberbo galo de briga não é tarefa tão fácil assim. Apenas, devemos ter muitos elementos de convicção para fazê-lo e despojarmonos do excessivo e natural entusiasmo que sempre depositamos em determinados cruzamentos.
Outro fator que frequentemente surpreende ao galista mais experiente é a performance nada convincente de determinado galo tido como assombro, integrante de um grupo levado ao rinhadeiro. Embora sendo o mais credenciado, faz a pior briga deixando os louros da vitória para um outro, tido como de menos recursos. Do muito que dele se esperava nada se conseguiu; do outro, do qual pouco se contava, tudo se obteve. Isto, é óbvio, ficou logicamente na dependência de muitos fatores, mas briga de galos é assim mesmo e semelhantes fatos é que trazem emoção tanto na vitória
como na derrota e levam aos rinhadeiros verdadeira legião de aficionados.

Alimentação
As galinhas, quando se alimentam de grãos, o fazem com rapidez e desta forma o tempo que o alimento permanece na cavidade oral é curto e assim denominamos “tempo bucal zero”. A deglutição na galinha é feita com a ajuda de um movimento de cabeça, jogando-a para frente, o que desloca o grão para trás e, a partir daí, o grão segue em direção ao papo por movimentos peristálticos; devemos nos recordar que a tomada de água
também é feita de modo especial, pois, a galinha ingere a água
com a valva inferior do bico e em seguida “olha” para cima para que a água desça por gravidade (não há ingestão como no homem
ou no cão).Fator importantíssimo: Aves combatentes descendem do
"Archeopterix"cujo bico era provido de dentes o que demonstra serem carnívoros os ancestrais de nossos galos, daí não podermos esquecer o fator protéico das rações. Existem várias marcas no mercado para pintos (INICIAL), mas devemos complementar com grãos , cereais, sementes e verduras. Uma boa opção de proteína é o ôvo cozido misturado à ração inicial. Opções de sementes e grãos: trigo, centeio, alpiste, aveia sem casca, etc... Verduras: couve ou almeirão picados bem fininho.

Vitaminas importantes para aves:
VITAMINA A = É essencial para o crescimento, visão, resistência do organismo contra infecções.
VITAMINA B1 (tiamina) = Esta envolvida com o metabolismo dos
carboidratos e conseqüentemente com o fornecimento de energia.
VITAMINA B2 (riboflavina) = Faz parte de vários processos químicos e é importante para a assimilação dos elementos nutrientes e energia, influi diretamente no crescimento e na eclosão dos ovos.
VITAMINA B 6 (piridoxina) = Muito importante para a metabolização das proteínas e gorduras.
VITAMINA B12 (cobalamina) = Importante para o crescimento para o metabolismo e para a formação do sangue.
VITAMINA C (ácido ascórbico) = É um elemento que as aves sintetizam no organismo.
VITAMINA D3 = As aves sintetizam esta vitamina quando expostas aos raios do sol, é essencial para a formação da casca do ovo, do bico, dos ossos e para assimilação de sais minerais, especialmente cálcio e fósforo.
VITAMINA E = É muito comum nas verduras frescas e nos grãos, especialmente os germinados, é importantíssima para a fertilidade e também para o desenvolvimento dos músculos e das células nervosas, ajuda ainda a manter o nível adequado de proteínas do sangue e favorece o desenvolvimento dos embriões e auxilia na absorção da vitamina A e dos carotenóides.
VITAMINA K = Esta presente nas verduras e sementes além de outros alimentos, é necessária para a coagulação do sangue.
ÁCIDO PANTOTÊNICO = Esta presente em baixa proporção em vários alimentos, é uma vitamina importante para a metabolização dos carboidratos, proteínas, gorduras, conservação de tecidos da pele e do sistema nervoso, onde influi na condução dos impulsos nervosos, atua no crescimento e na plumagem.
NIACINA/ÁCIDO NICOTÍNICO = Todas as sementes e alimentos em geral são ricos desta substância, que também pode ser sintetizada pelas aves nos intestinos e em outros tecidos do próprio corpo, é importante para varias funções do organismo principalmente com a respiração celular.
BIOTINA = É encontrada em quase todos os alimentos especialmente na gema de ovo, é importante para o crescimento e para a eclosão dos ovos.
ÁCIDO FÓLICO = É comum nos alimentos principalmente nas
verduras e nos produtos de origem animal, é importante no crescimento e é antianêmico.
COLINA = É encontrada em quase todos os alimentos, principalmente os de origem animal e podem ser sintetizados pelas aves através de alguns aminoácidos, é importante para ajudar no metabolismo das gorduras e tem papel importante no crescimento, na assimilação dos alimentos e formação dos ovos.
A ÁGUA deve ser trocada diàriamente ou quando apresentar qualquer sujidade. Podemos acrescentar à água o VITAGOLD que é muito bom. Com estas poucas providências você verá os pintinhos se desenvolverem como futuros campeões nas exposições!

Alimentação durante o treinamento
Segue abaixo um tipo de alimentação que poderá ser usado durante o período de treinamento. 60% de Milho quebrado 40% de Ração para pombo correio Acrescenta na hora de fornecer aos galos o seguinte: Cebola (diariamente) Alho(diariamente) Cenoura (diariamente) Ovo (alternando com banana) Mel de Rapadura (duas vezes pôr semana) Couve (diariamente)
Banana (alternando com ovo) Leite em pó (diariamente)
Cuidados especiais
Segue abaixo uma seqüência de vitaminas e alguns procedimentos que poderão ser usadas durante o treinamento e após o combate.
Antes de iniciados os treinamentos deveremos ter o cuidado de proceder a desverminacão das aves que poderá ser feito oferecendo ao galo, de forma oral, 1 ml de SISTAMEX, que deverá ser repetido na 8a semana de treinamento.

VITAMINAS

FOL-SANG B12 – Aplicar 1ml intramuscular nas seguintes semanas: 1a, 3a, 5a, 7a, 9a e 11ª.
ENERBESOL - Oferecer 1ml oral nas seguintes semanas: 2a, 4a, 6a, 8a, 10a e 12ª.
FERRO SM - Oferecer 1ml oral nas seguintes semanas: 1a e 5ª. GLICOPAN
ENERGY - Oferecer 1ml oral todas as segundas, Quartas e sábados, após os exercícios de mãos e batidas.
OBS: Na 13a semana usar apenas 1ml de PHENODRAL intramuscular 3 dias
antes de ir ao rinhadeiro.

Cuidados após o combate
Após toda a limpeza da ave, banhar toda a região afetada com Salva-galo.
Aplicar pomada Ganadol, Masticlor ou mesmo Silvamsteril Spray em todos os ferimentos.
Aplicar 0,2ml de Azium e ½ ml de Benzetacil tudo intramuscular.
Dar 1 comprimido de AAS infantil para evitar febre.
Aplicar pomada Eptezan nos olhos para evitar qualquer problema
de visão.
OBS: Esse tratamento com Azium e Benzetacil deve ser repetido
por 3 dias alternados. Porém no caso de febre o AAS deverá ser
dado diariamente.
Alimentação após o combate
A alimentação nas primeiras 24 horas após o combate, deverá ficar à base de soro Enerstid ou água de coco. Após o período de 24 horas o galo poderá ser alimentado com alimentação pastosa(Ex.: pão com leite ou ração inicial p/pintos molhada com leite).
Pelo menos durante os três primeiros dias o galo deverá ficar em gaiola totalmente fechada, ao abrigo do vento.

Doenças
Antes de citarmos as patologias mais comuns nas aves de combate, devemos realçar que, a higiene e o asseio das instalações, comedouros, bebedouros, água e alimentos, são fatores primordiais em todas as fases da criação. Porém, doenças podem aparecer mesmo quando todos os cuidados são tomados, e neste momento é importante sabermos agir corretamente.
Colibacilose:
É uma doença causada por uma bactéria que está encontrada normalmente nos intestinos das aves, porém, vivendo em equilíbrio.
Quando ocorre uma queda na imunidade, devido a vários fatores como mudança de temperatura, estresse ou ainda troca de penas; estas bactérias começam a se multiplicar desordenadamente, desencadeando a patologia. Geralmente, os animais adultos são resistentes a esta enfermidade, acometendo freqüentemente os animais jovens (pintinhos até 15 dias). Os sintomas são a diarréia freqüente e mal cheirosa, apatia e falta de apetite nos animais doentes.
A prevenção se realiza através do isolamento dos doentes e desinfecção do local onde estes se encontram e ainda a higiene dos utensílios como comedouros e bebedouros.
O tratamento é feito com antibiótico de amplo espectro, porém existem alguns mais indicados para doenças gastrintestinais. A Enrofloxacina (nome comercial é Baytril), 1ml/ave adulta, age bem nesses casos onde não se encontra resistência do agente. Já para as cepas resistentes se usa a Terramicina ou o Cloranfenicol (Quemicetina). Deve ser usado um complexo vitamínico para melhor recuperação dos animais.
Salmonelose:
Doença que geralmente acomete adultos, podendo afetar também os jovens sendo que nestes os sintomas são: dificuldade respiratória, abdome edemaciado, asas caídas. Nos adultos ocorre uma diarréia esbranquiçada, por isto esta doença é popularmente chamada de “diarréia branca”. Esta doença é uma Zoonose, isto é, pode acometer os humanos, por isso devemos ter boa higiene pessoal depois de manipular os animais doentes.
Para esta patologia se indica o Cloranfenicol (Quemicetina) de uso injetável na dose de 0.5ml/ave adulta. Um complexo vitamínico também é conveniente na fase de recuperação.
Proventriculite ou “empapamento”:
Doença que se caracteriza pela inflamação do papo, ocasionando a estase do alimento neste compartimento. Pode ter duas causas: Causa local ou causa hepática. Na proventriculite de causa local, geralmente se tem a infecção do
papo por fungos, mas este caso é mais comum em pássaros. Nas aves, quase que todos os casos são de proventriculite de causa hepática, que é a parada do alimento no papo devido a um processo de diminuição da função hepática. O tratamento se baseia no uso de um antibiótico de amplo espectro como a penicilina (Agrovet) na dose de 1ml/ave adulta e no uso de protetores e estimulantes hepáticos como o Mercepton, Bionew ou Ornitil. A dieta nesta fase deve liquida ou pastosa.
Bouba aviária ou “pelota”:
Doença viral que se caracteriza pela formação de nódulos na pele das áreas glabras (sem penas) das aves. Em casos mais graves ocorrem também nódulos na mucosa ocular e oral. Geralmente acometem os pintinhos, mas pode afetar animais até 1 ano de idade. Não há medicamento eficaz para o tratamento desta patologia, sendo que a melhor forma de prevenção é a vacinação.
Pode-se utilizar solução de iodo 2% nos nódulos e ainda administrar antitérmicos nos animais acometidos.
Encefalomielite aviária:
Doença caracterizada por sintomas de origem neuromuscular como fraqueza nas pernas e dificuldade de equilíbrio. É uma enfermidade de origem viral, portanto não há medicamentos eficazes para o tratamento, que deve ser à base de vitaminas do complexo B. Geralmente só acomete os machos, as fêmeas são resistentes, porém transmitem através do ovo. Deve-se eliminar do plantel todas as fêmeas mães e irmãs de machos que manifestaram a doença.
Micose cutânea ou “bouba branca”:
Doença cutânea caracterizada pelo aparecimento de placas de cor branca na pele, é de origem fúngica. Tratamento deve ser feito à base de pomadas fungicidas como Vodol, Miconazol ou
similar.
Sarcoma ulcerado ou “Caroara”:
Doença de origem bacteriana inespecífica, associada à uma neoplasia do tecido cutâneo e articular que geralmente ocorre na articulação do joelho das aves. O tratamento é tópico e sistêmico; nesta enfermidade há a necessidade de se analisar cada caso isoladamente.
Sarna podal das galinhas ou “cascão”
Doença parasitária causada por uma sarna que se aloja sob as escamas que recobrem as pernas das aves. O tratamento é à base de banhos antiparasitários como o Amitraz ou a Cipermetrina nas doses indicadas.
Coriza:
Doença viral que se manifesta através de sintomas respiratórios. É altamente contagiosa e se não tratada pode levar o animal a uma pneumonia crônica. O tratamento é à base de antibiótico como a penicilina, servindo este não para combater a coriza, mas sim, para previnir a instalação de um pneumonia;
recomenda-se usar também um imunoestimulante como o Ripercol oral (é um vermífugo que possui propriedade imunoestimulante).
Auto Mutilação
A causas da doença são: carências nutricionais, presença de ectoparasitas ( piolho), stress ( condições inadequadas de vida, solidão, perda de companheiro de longa data, morte do proprietário, mudança de ambiente, ansiedade, etc) além de outras causas, bastante discutidas, tais como: frustração sexual e processos alérgicos.
O prognóstico e o tratamento dependem, obviamente, da principal causa envolvida, visto que é uma doença multifatorial. No geral, o prognóstico é de bom a reservado, quando inicia-se o tratamento no começo do processo e de reservado a desfavorável quando animal já esta literalmente comendo pedaços do seu próprio corpo.
Com relação ao tratamento, o protocolo consiste: correção alimentar e uso de polivitamínico, verificação de ectoparasitas ( em caso positivo fazer tratamento normalmente para piolhos, utiliza-se produtos à base de piretróides), uso, se necessário, de antibiótico de amplo espectro caso ocorrram dermatites ou soluções de continuidade na pele, os anti-histamínicos (hidroxizine) 2mg/kg/oral também são indicadas.
O próximo passo do tratamento é verificar alterações psicológicos que levem o animal ao quadro de stress, patologia muito comum nas aves e animais silvestres, e de difícil tratamento visto que o stress é uma doença que está relacionado ao próprio encarceramento do animal.
Outra boa opção seria a colocação de colares elizabetanos no pescoço da ave, dificultando seu acesso às áreas afetadas, este colar permaneceria no pescoço do animal até a cura das feridas e do crescimento das penas, além do uso de medicamentos topicamente, que inibam a auto-mutilação, como por exemplo, a aplicacão nas áreas afetadas de extrato de babosa ( aloe vera ), que por ser bastante amargo inibe o animal de se comer.
A última tentativa de melhora do processo de automutilação, seria a utilização de fármacos psicotrópicos, como por exemplo, o haloperidol (haldol) na dosagem de 0.15mg/kg/oral ou fluoxetine (prozac) 2mg/kg/oral.
Enfim, é uma doença delicada, pois normalmente não tem causa física e sim psicológica. Prevenir ainda é o melhor caminho, por isso o correto é dar uma vida digna, na medida do possível, para a ave encarcerada. Temos que pensar na qualidade de vida destes animais. Na minha opinião, a auto-mutilação é o melhor exemplo de manifestação física da somatização de transtornos psicológicos que o animal sofre ao longo de sua vida. A qualidade de vida inclui, dentre outras, manejo, alimentação e ambiente
corretos para a espécie em questão.

Medicamentos
NÚMERO UM: NÃO ESQUEÇA DE VACINAR AS AVES!!!!!
POMADAS: FURACIN OU SULFATIAZINA DE PRATA
INDICAÇÕES: FERIMENTOS EM GERAL
INCHAÇÃO DE JUNTAS: CATAFLAN GEL, CALMINEX,
DECADRON OU DECADRONAL INJ.NO LOCAL(CASO GRAVE)
COLÍRIOS: ÁGUA BORICADA(para lavagens), MAXITROL,
GARAMICINA(BACTÉRIAS) AZUL DE METILENO (fungos)
VERMÍFUGOS: PROVERM, MEBENDAZOL,PIPEVERMIN
VITAMINAS: CITONEURIN B12: 1 comp/dia ou 1cc no músculo do peito por semana. COMPLEXO B"ROCHE"1 comp/dia.
COMPLEMENTOS: AMINOMIX, HORSEPLUS:acrescentar à alimentação diária. VITAGOLD: 5 gts. no bico p/ dia CALCILAN:5CC no bico p/ dia.
ANTIBIÓTICOS: QUEMICETINA , TERRAMICINA(corizas, diarréias, cólera, bouba) TILOSINA (TYLAN): santo remédio! Serve para muitas doenças tanto respiratórias como intestinais.
MICOSE DE PELE:(BOUBA BRANCA) DAKTARIN LOÇÃO,NIZORAL (comp.) TINTURA DE IODO (local)
BOQUEIRAS: VIOLETA DE GENCIANA - HIPOGLÓSS